quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alberto Caeiro - Dados Biográficos


 Alberto Caeiro




Daniele Lima
Luana Garrido
Danielle Cardoso
Raylton
Clésia
Elayne
3ª C
Segundo a cronologia mais divulgada, Alberto Caeiro da Silva nasceu em Lisboa (16 de abril de 1889, data aproximada). Foi um personagem ficcional, heterônimo criado por Fernando Pessoa, sendo considerado o Mestre Ingênuo dentre os demais heterônimos de e seu próprio autor, apesar de ter tido apenas instrução primária.
Poeta ligado á natureza, Caeiro desprezava e repreendia qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando obstruir a visão (“pensar é estar doente dos olhos”). Proclama-se assim um antimetafísico. Afirmava que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. A superfície é fácil reconhecê-la pela sua objetividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro pelo seu interesse pela natureza, pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar. Apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos” que só se importava em ver de forma objetiva e natural a realidade. Era um poeta de completa simplicidade, e considerava que a sensação é a única realidade.
Órfão de pai e mãe, Alberto Caeiro não exerceu qualquer profissão e viveu grande parte de sua vida na Quinta da sua tia-avó idosa. Morreu de tuberculose, em 1915, quando tinha apenas vinte e seis anos.


O Guardador de Rebanhos

[...]

IX

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a bôca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.
[...]

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